Diante da nova política do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde, orientamos uma pesquisa tendo como bolsista a então aluna Raquel Studart Gomes, a qual desenvolveu um estudo para analisar as necessidades de prótese dental de uma população assistida em uma unidade de saúde pública de integração ensino-serviço (UFC/Prefeitura Municipal de Fortaleza) CEDEFAM-PICI, que revelou que 67% da população de 20 a 70 anos de idade é parcialmente desdentada, enquanto que 20% desta mesma população é totalmente desdentada. Esses achados geraram no grupo de pesquisa uma preocupação muito grande de que se o programa Brasil Sorridente lança o serviço de prótese e não inclui prioritariamente a reabilitação através de próteses parciais, poderá haver a agudização de uma tendência, já existente nos serviços públicos, da população parcialmente desdentada procurar extrair seus dentes para se habilitar a receber uma prótese total. Iniciamos então, uma pesquisa tendo como bolsista a então aluna Elisa Rodrigues Barcelos, para o atendimento de desdentados parciais como prioridade e constatamos que esta parte da população encontra seus dentes remanescentes com grande presença de placa bacteriana, tártaro ou cálculos supra e subgengival, exigindo que, juntamente ao programa de prótese dental em saúde pública se crie urgentemente, previamente a inserção da prótese, instalando um serviço de educação e prevenção para saúde bucal e educação alimentar para garantir a preservação dos dentes remanescentes. Devido a esta premente necessidade, iniciamos um Projeto de Extensão intitulado: Prevenção em Saúde bucal: integração ensino-serviço no Sistema Único de Saúde, no qual produzimos um rico material de educação e prevenção em saúde bucal, do qual apresentamos parte neste blog e o restante, material ricamente ilustrado, está agora, com o término do projeto, sendo finalizado para ser publicado em breve. Quanto à reabilitação dos pacientes parcialmente desdentados, em espaços edêntulos pequenos, recomendamos a reabilitação com próteses fixas reforçadas com fibras, de acordo com os procedimentos apresentados no livro de autoria da Professora Adeliani intitulado: Prótese Fixa para o Clínico, São Paulo:Editora Santos, 2003. Nos espaços mais amplos reabilitamos os pacientes com próteses parciais removíveis sem metal, respeitando sempre os princípios de preparo da boca para restabelecimento e manutenção da normalidade dos tecidos bucais e os princípios estético-funcionais para o restabelecimento da função mastigatória apresentados nos tópicos seguintes deste site, lembrando acima de tudo, que o principal papel do reabilitador oral é a educação e prevenção da cárie e de doenças das gengivas para preservação dos dentes naturais de todos os cidadãos. Somente para pacientes já totalmente desdentados devemos utilizar a reabilitação com próteses totais. Evitar que pacientes dentados e parcialmente desdentados percam seus dentes é papel de todo profissional da saúde, principalmente dos profissionais da saúde bucal. Para exercer educação e prevenção para saúde bucal constatamos que é preciso motivar o paciente e reforçar periodicamente sua compreensão e habilidades para uma escovação adequada e uso correto do fio dental de forma a remover a placa bacteriana aderida aos locais de mais difícil remoção. Esse reforço deve ser enfatizado antes da inserção de qualquer prótese dental que venha a se instalar como mais um nicho de placa bacteriana, exigindo um cuidado maior do profissional no diagnóstico e controle da placa antes, durante e depois da inserção da prótese. A inserção de qualquer prótese, além de exigir um restabelecimento anterior da saúde dos tecidos bucais, exige também, para sua execução correta e integração em harmonia estética e funcional com os demais elementos do sistema mastigatório, o conhecimento dos princípios estético-funcionais existentes neste sistema. Por isso apresentamos a seguir, os conhecimentos indispensáveis a um profissional da saúde bucal em: educação e prevenção para saúde bucal, princípios para o restabelecimento estético-funcional em reabilitação oral, oclusão funcional e ajuste oclusal funcional.
Mas para que tanto cuidado com os dentes em uma população desnutrida, que não recebe nenhuma educação alimentar ou orientações para se viver com saúde integral? Os dentes vão mastigar comidas saudáveis? Foi assim que recorremos à ajuda de um profissional graduado em educação física, com formação técnica e especialização em gastronomia. O Hermano José Maia Campos Filho então veio enriquecer nossas ações em saúde no CEDEFAM, e nos ajudou a criar novas formas de interação com a comunidade, através da criação do escovódromo interativo e das salas de espera interativo-educativo-preventivas para educação alimentar e educação para a saúde bucal dos pacientes que procuram o CEDEFAM, para que possamos cuidar dos dentes e oferecer educação alimentar, não só para prevenção de cáries, mas para que cada um possa aprender como utilizar melhor os alimentos para se sentir bem e poder crescer e se desenvolver plenamente. Somente associando estes conhecimentos ofereceremos um tratamento de qualidade, ao qual, qualquer cidadão tem direito.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
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