terça-feira, 18 de setembro de 2012

Adeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho: Livro disponível em pdf no link abaixo: Saúde Bucal ao Alcance de Todos: como melhorar o autocuidado para viver sem cáries, sem problemas nas gengivas e com um hálito agradável. Acesso público para download e uso em casa, na escola ou em programas de educação e saúde.

https://docs.google.com/open?id=0B6NzMDHtZ6U1UHZLUERHdjM4Q0EAdeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho: Livro disponível em pdf no link abaixo: Saúde Bucal ao Alcance de Todos: como melhorar o autocuidado para viver sem cáries, sem problemas nas gengivas e com um hálito agradável. Acesso público para download e uso em casa, na escola ou em programas de educação e saúde.

Adeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho: Livro disponível em pdf no link abaixo: Saúde Bucal ao Alcance de Todos: como melhorar o autocuidado para viver sem cáries, sem problemas nas gengivas e com um hálito agradável. Acesso público para download e uso em casa, na escola ou em programas de educação e saúde.

https://docs.google.com/open?id=0B6NzMDHtZ6U1UHZLUERHdjM4Q0EAdeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho: Livro disponível em pdf no link abaixo: Saúde Bucal ao Alcance de Todos: como melhorar o autocuidado para viver sem cáries, sem problemas nas gengivas e com um hálito agradável. Acesso público para download e uso em casa, na escola ou em programas de educação e saúde.

Livro disponível em pdf no link abaixo: Saúde Bucal ao Alcance de Todos: como melhorar o autocuidado para viver sem cáries, sem problemas nas gengivas e com um hálito agradável. Acesso público para download e uso em casa, na escola ou em programas de educação e saúde.

O livro Saúde Bucal ao Alcance de Todos está disponível nos link abaixo. Pode ser utilizado em casa ou na escola, em programas de saúde e educação. Indicado para autoaprendizagem de crianças, jovens, adultos e idosos. Para orientação de gestantes durante o pré-natal. Para orientação de pais durante o acompanhamento de crianças e jovens. Em programas como o "Saúde na Escola", "Mais Educação", "Programa de Saúde na Família" e outras ações de educação e saúde.

Adeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho

https://docs.google.com/open?id=0B6NzMDHtZ6U1UHZLUERHdjM4Q0EAdeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho
Veja o Livro Saúde Bucal ao Alcance de Todos: como melhorar o autocuidado para viver sem cáries, sem problemas nas gengivas e com um hálito agradável !javascript:void(0);

domingo, 16 de outubro de 2011

Agora a saúde bucal está acessível a todos

Todo mundo pode viver sem cáries, sem problemas nas gengivas e com um hálito agradável. Os livros "Educação para saúde bucal" e "Educação para Saúde Bucal Integral. Educação, prevenção e reabilitação." ensinam detalhadamente como melhorar o autocuidado para que crianças, jovens, adultos e idosos possam viver com Saúde Bucal.
Estes livros, de nossa autoria, publicados pela Editora Premius, estão disponíveis na loja da Livraria Saraiva - Iguatemi/Fortaleza, na Livraria Smile (centro de convivência da Unifor e shopping Benfica - Fortaleza), na Livro Norte, e também pela internet, no site Editora Premius, no site da Livraria Saraiva e também no site da Livraria Cultura.

Vejam os links abaixo e compartilhem com seus amigos.

Para o livro Educação para saúde bucal:

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=19002999&sid=8621317621394520275351981

Para o livro Educação para saúde bucal integral. Educação, prevenção e reabilitação:

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=19003000&sid=8621317621394520275351981

Adeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho

Adeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho

domingo, 22 de maio de 2011

Novos livros publicados demonstram como se viver com saúde bucal. O livro Educação para Saúde Bucal. Autores: Adeliani Almeida Campos, Antônio Sérgio Luz e Silva, Hermano José Maia Campos Filho. Fortaleza: Editora Premius, 2011 demonstra, em vocabulário acessível e de forma ilustrada como cuidarmos de nossa saúde bucal, a alunos do ensino fundamental e médio, e a todos que queiram aprender como cuidar de sua própria boca de forma a crescer e viver sem cáries, sem problemas nas gengivas e com um hálito agradável. Este livro ainda dá orientações sobre alimentação e vida saudável. O livro pode ser adquirido na loja da Livraria Saraiva e também pela internet,através do site da Livraria Saraiva e no site da Livraria Cultura. pode também ser adquirido por telefone, pelo número da Editora Prêmius: 85- 3214.8181. É indicado nas salas de aula e no acompanhamento dos cuidados com a boca em crianças, jovens, adultos e idosos. É também muito importante e útil para o acompanhamento pré-natal de gestantes, para o Programa Mais Educação do Ministério da Educação (MEC), para o Programa de Saúde na Escola (PSE), assim como nas visitas domiciliares no PSF (Programa de Saúde da Família) e em unidades de saúde pública ou privada. Está também disponível para todos que, independente de vinculação a programas, projetos e serviços, queiram aprender o autocuidado indispensável para se viver sem cáries, sem problemas nas gengivas e com saúde bucal e integral.

Outro livro de nossa autoria: Educação para Saúde Bucal Integral. Educação, prevenção e reabilitação (Editora Premius), indicado para a capacitação de agentes multiplicadores, educadores e profissionais da área da saúde, também está disponível no site da Livraria Cultura.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O escovódromo interativo portátil, criado pela Professora Dra. Adeliani Almeida Campos e pelo Professor Hermano José Maia Campos Filho, pode ser montado com facilidade, permitindo que todas as escolas e comunidades montem seus próprios recursos para aprender a viver com saúde bucal. O escovódromo portátil interativo é feito a partir de uma mesa de plástico, com pias de plástico fixadas à mesa com parafusos e com um cano plástico flexível em forma de Y, que se adapta às duas pias plásticas e tem uma saída comum que é drenada para um balde. Após o uso do escovódromo, as pias devem ser lavadas com água clorada, o conteúdo do balde deve ser levado a um vaso sanitário e derramado. Depois, lavado com água clorada e reposto para o próximo uso. A manutenção periódica do escovódromo deve ser feita a cada seis meses, trocando o sistema de drenagem das pias plásticas, para evitar vazamentos. Licença Creative Commons
Escovódromo Interativo Portátil de Adeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Unported.

domingo, 28 de novembro de 2010

Novo livro já está pronto!

O livro "Saúde Bucal para a Vida Inteira - como viver com um belo sorriso. Sem cáries, sem problemas nas gengivas, com um hálito agradável e com saúde integral" já está pronto.
Este livro apresenta uma linguagem acessível a todos, tanto ao público em geral como para profissionais da área da educação e da saúde.
É um livro que apresenta o resultado de 30 anos de estudos e trabalhos de interação ensino-pesquisa-extensão no Brasil e no exterior, finalizando com a proposta do Programa de Educação para Saúde Bucal e Educação Alimentar, criado e vivenciado pela Professora Adeliani Almeida Campos, primeira autora do livro, e apresenta também a criação de um novo produto, o escovódromo interativo portátil, criado por Adeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho, que caracteriza mais uma inovação que permite maior interação com os aprendizes da higiene bucal e educação alimentar durante o processo de aprendizado, numa relação sujeito-sujeito. O escovódromo interativo portátil, associado ao questionário interativo apresentado no livro e também criado por Adeliani Almeida Campos significam um marco na transição para uma odontologia educativo-preventiva de qualidade.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Situação da população usuária no entorno do CEDEFAM-Pici-UFC e ações planejadas

Diante da nova política do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde, orientamos uma pesquisa tendo como bolsista a então aluna Raquel Studart Gomes, a qual desenvolveu um estudo para analisar as necessidades de prótese dental de uma população assistida em uma unidade de saúde pública de integração ensino-serviço (UFC/Prefeitura Municipal de Fortaleza) CEDEFAM-PICI, que revelou que 67% da população de 20 a 70 anos de idade é parcialmente desdentada, enquanto que 20% desta mesma população é totalmente desdentada. Esses achados geraram no grupo de pesquisa uma preocupação muito grande de que se o programa Brasil Sorridente lança o serviço de prótese e não inclui prioritariamente a reabilitação através de próteses parciais, poderá haver a agudização de uma tendência, já existente nos serviços públicos, da população parcialmente desdentada procurar extrair seus dentes para se habilitar a receber uma prótese total. Iniciamos então, uma pesquisa tendo como bolsista a então aluna Elisa Rodrigues Barcelos, para o atendimento de desdentados parciais como prioridade e constatamos que esta parte da população encontra seus dentes remanescentes com grande presença de placa bacteriana, tártaro ou cálculos supra e subgengival, exigindo que, juntamente ao programa de prótese dental em saúde pública se crie urgentemente, previamente a inserção da prótese, instalando um serviço de educação e prevenção para saúde bucal e educação alimentar para garantir a preservação dos dentes remanescentes. Devido a esta premente necessidade, iniciamos um Projeto de Extensão intitulado: Prevenção em Saúde bucal: integração ensino-serviço no Sistema Único de Saúde, no qual produzimos um rico material de educação e prevenção em saúde bucal, do qual apresentamos parte neste blog e o restante, material ricamente ilustrado, está agora, com o término do projeto, sendo finalizado para ser publicado em breve. Quanto à reabilitação dos pacientes parcialmente desdentados, em espaços edêntulos pequenos, recomendamos a reabilitação com próteses fixas reforçadas com fibras, de acordo com os procedimentos apresentados no livro de autoria da Professora Adeliani intitulado: Prótese Fixa para o Clínico, São Paulo:Editora Santos, 2003. Nos espaços mais amplos reabilitamos os pacientes com próteses parciais removíveis sem metal, respeitando sempre os princípios de preparo da boca para restabelecimento e manutenção da normalidade dos tecidos bucais e os princípios estético-funcionais para o restabelecimento da função mastigatória apresentados nos tópicos seguintes deste site, lembrando acima de tudo, que o principal papel do reabilitador oral é a educação e prevenção da cárie e de doenças das gengivas para preservação dos dentes naturais de todos os cidadãos. Somente para pacientes já totalmente desdentados devemos utilizar a reabilitação com próteses totais. Evitar que pacientes dentados e parcialmente desdentados percam seus dentes é papel de todo profissional da saúde, principalmente dos profissionais da saúde bucal. Para exercer educação e prevenção para saúde bucal constatamos que é preciso motivar o paciente e reforçar periodicamente sua compreensão e habilidades para uma escovação adequada e uso correto do fio dental de forma a remover a placa bacteriana aderida aos locais de mais difícil remoção. Esse reforço deve ser enfatizado antes da inserção de qualquer prótese dental que venha a se instalar como mais um nicho de placa bacteriana, exigindo um cuidado maior do profissional no diagnóstico e controle da placa antes, durante e depois da inserção da prótese. A inserção de qualquer prótese, além de exigir um restabelecimento anterior da saúde dos tecidos bucais, exige também, para sua execução correta e integração em harmonia estética e funcional com os demais elementos do sistema mastigatório, o conhecimento dos princípios estético-funcionais existentes neste sistema. Por isso apresentamos a seguir, os conhecimentos indispensáveis a um profissional da saúde bucal em: educação e prevenção para saúde bucal, princípios para o restabelecimento estético-funcional em reabilitação oral, oclusão funcional e ajuste oclusal funcional.
Mas para que tanto cuidado com os dentes em uma população desnutrida, que não recebe nenhuma educação alimentar ou orientações para se viver com saúde integral? Os dentes vão mastigar comidas saudáveis? Foi assim que recorremos à ajuda de um profissional graduado em educação física, com formação técnica e especialização em gastronomia. O Hermano José Maia Campos Filho então veio enriquecer nossas ações em saúde no CEDEFAM, e nos ajudou a criar novas formas de interação com a comunidade, através da criação do escovódromo interativo e das salas de espera interativo-educativo-preventivas para educação alimentar e educação para a saúde bucal dos pacientes que procuram o CEDEFAM, para que possamos cuidar dos dentes e oferecer educação alimentar, não só para prevenção de cáries, mas para que cada um possa aprender como utilizar melhor os alimentos para se sentir bem e poder crescer e se desenvolver plenamente. Somente associando estes conhecimentos ofereceremos um tratamento de qualidade, ao qual, qualquer cidadão tem direito.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

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Adeliani Almeida Campos

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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Reabilitação Estético-Funcional do Sistema Mastigatório e Educação Alimentar

O Papel principal do dentista é ajudar as pessoas a preservar seus dentes naturais. O sorriso mais estético, mais saudável e mais funcional é obtido quando se cuida bem dos dentes naturais para preservação dos tecidos vivos. A partir do momento que se insere uma restauração ou uma prótese dental está se criando nichos adicionais de placa bacteriana (biofilme dentário) que poderão dificultar a remoção de micróbios aderidos aos dentes, aumentando a probabilidade da ocorrência de doenças como a cárie e a gengivite, as quais poderão progredir para a perda de dentes. Fazer uma prótese dental, seja ela fixa, removível ou total, dento ou implanto-suportada, ou qualquer outro procedimento restaurador em odontologia, é muito mais do que aprender e aplicar uma seqüência de procedimentos, preparando os dentes de forma adequada, moldando com técnicas de moldagem precisas e confecçionando e inserindo restaurações ou próteses na boca do paciente. O trabalho em odontologia restauradora envolve a integração de uma multiplicidade de conhecimentos na busca de restabelecer a capacidade mastigatória, a estética e a saúde dos tecidos bucais de nossos pacientes.
Além disso, no teste progressivo da capacidade mastigatória do paciente após a reabilitação oral, devemos educar o paciente para a compreensão da importância de uma alimentação de qualidade.
Na busca por uma vida saudável, o aprendizado para o cuidado com a boca e os dentes é tão importante quanto o aprendizado para uma boa alimentação. Para que esses conhecimentos cheguem à todas as pessoas, é essencial que estes conhecimentos sejam inseridos nos currículos escolares, assim como no atendimento de todas as pessoas que procuram as unidades de saúde (GORDON, 2007; VÁZQUEZ-NAVA, VÁZQUEZ, SALDIVAR, BELTRÁN, ALMEIDA, VÁZQUEZ, 2008; NGUYEN L; HÄKKINEN U, KNUUTTILA M; JÄRVELIN MR, 2008, FALCÃO, 2008; MATA, 2008, CAMPOS FILHO, 2008).
Além da higiene adequada, os dentes precisam de cálcio, fósforo e flúor para sua manutenção num constante ciclo de desmineralização (após o consumo de doces) e remineralização (na presença permanente de cálcio, fósforo e flúor na saliva), de forma a evitar a formação de cavidades de cáries (BUSALAF, 2008).
O cálcio e o fósforo são minerais que fazem parte da estrutura que forma os dentes. O cálcio é encontrado principalmente no leite e seus derivados e é também encontrado em verduras, peixes e frutos do mar. O fósforo é encontrado nas carnes, nos peixes, no leite, nos legumes e nos vegetais. O flúor é um mineral que participa da remineralização dos dentes e inibe a formação de ácidos pelas bactérias da placa bacteriana. O flúor é encontrado nas pastas de dentes com flúor, na água fluoretada, no chá, no café e em menor quantidade nas verduras e hortaliças. Contudo, não podemos esquecer que para se ter um corpo saudável temos que cuidar dele como um todo e a alimentação deve ser feita para cuidar de todo o corpo.
A alimentação tem uma grande influência no desenvolvimento físico e mental dos seres humanos. Uma alimentação equilibrada constitui a base para uma vida saudável e com qualidade; proporciona as substâncias para a formação e manutenção do corpo e a energia para as atividades biológicas, ou seja, as atividades do corpo. Praticar uma alimentação equilibrada mantêm o corpo saudável, afastando diversas doenças. Essa prática é ainda melhor com a prática regular de atividades físicas.
Para obtermos uma alimentação adequada precisamos ingerir todos os nutrientes que o corpo precisa. Os nutrientes são encontrados nos diversos alimentos. Os nutrientes estão distribuídos nos alimentos em quantidades e qualidades diferentes. Devemos ingerir todos os tipos de alimentos nas suas diversas colorações. As diferentes colorações nos alimentos se dão pelos diversos nutrientes, por isso é tão recomendado ingerir alimentos de todas as cores (KATCH, McARDLE, KATCH, 1998; CASTELL, SAGNIER, 2004; CAMPOS FILHO, 2008).
Os alimentos são divididos em classes onde se recomenda o consumo em diferentes quantidades para cada uma. Classificaremos os grupos por relevância de consumo:

Cereais, tubérculos e raízes
Frutas, verduras e hortaliças
Leite e seus derivados
Carnes e ovos
Castanhas, nozes e sementes
Óleos de origem vegetal
Gorduras de origem animal
Açúcares e sal de cozinha

Os alimentos que devemos ingerir em maior quantidade são os cereais, tubérculos e raízes. Estes são o arroz, trigo, aveia, cevada, centeio, milho, batatas e mandioca, encontrados também no pão, massas, farinhas e biscoitos. São importantes para nosso organismo principalmente para obter a energia necessária para as diversas funções do corpo.
Em seguida devemos consumir frutas, verduras e hortaliças. Estes alimentos contém principalmente água, vitaminas, sais minerais e fibras com função de regular o organismo, isso quer dizer que fazem o corpo funcionar adequadamente. Neste grupo encontra-se os feijões e os grãos, as folhas e as diversas frutas e verduras de inúmeras cores.
O leite e seus derivados são alimentos ricos em diversos nutrientes. São importantes na formação e manutenção das estruturas ósseas e dentes, para a boa coagulação do sangue, na contração muscular e no bom funcionamento do sistema nervoso. Os principais derivados de leite são os iogurtes, queijos, cremes e sorvetes à base de leite.
As carnes e ovos são alimentos ricos em proteínas e gorduras. São pobres em fibras, mas tem uma certa quantidade de vitaminas e sais minerais. Estes fornecem energia e principalmente tem função construtora, ou seja, atuam na formação e reparação das estruturas e dos tecidos do corpo. As principais fontes de proteína animal e com maior valor biológico são as de peixes marinhos e ovos. As carnes mais consumidas são: porco, frango, gado, carneiro, peixes e frutos do mar.
Em menor quantidade:
As castanhas, nozes e sementes são fontes de óleos essenciais, vitaminas do complexo B e E, e minerais como magnésio, zinco e selênio. São alimentos que fornecem energia e regulam o corpo para seu bom funcionamento, mantém a saúde da pele, cabelos e dos órgãos sexuais. Encontramos inúmeras variedades: castanha de caju, castanha do pará, amendoim, avelã, noz pecan, e sementes de girassol, linhaça, abóbora e gergelim.
Os óleos de origem vegetal, além de fornecer energia, são essenciais para a regulação do corpo e o transporte de diversas substâncias pelo corpo. Os óleos mais comuns são: oliva, girassol, milho, soja, gergelim, e amendoim.

Em pouquíssima quantidade:
As gorduras de origem animal, saturadas, são muito utilizadas em preparação de receitas de comidas devido a capacidade da gordura de agregar sabor e aroma. Seu consumo deve ser reduzido, pois é prejudicial ao sistema cardíaco e circulatório.
Açúcares são carboidratos simples. Não é recomendado seu consumo em grandes quantidades, pois seu valor nutricional é praticamente nenhum. É o maior causador das cáries dentarias e do diabetes. Não deve ser excluído totalmente da alimentação, pois é um alimento que faz parte da cultura alimentar, mas deve ser consumido em porções pequenas. Isso é bom, pois podemos exercitar a degustação da comida e aprender a apreciar com mais dedicação os sabores.
O sal de cozinha é o produto mais utilizado para realçar o sabor dos alimentos, mas este, como os açúcares, também deve ser usado com cuidado. Seu uso deve ser com sabedoria realçando o sabor dos alimentos, mas sem extrapolar a sensação do salgado. Não deve ser utilizado, ou minimamente, em pacientes com hipertensão arterial (pressão alta).

Além disso a alimentação deve ser agradável e prazerosa. Não deve ser feita simplesmente para matar a fome e nutrir o corpo. Deve alimentar a alma. Uma refeição é sempre melhor quando feita com uma pessoa querida, se realizada em um local agradável ou em festividades. Agradar nosso espírito também é cuidar da saúde.
Todos esses fatores devem ser levados em consideração. O corpo deve ser tratado como um todo. Não podemos cuidar somente dos dentes, ou do rosto, ou dos cabelos, ou da alimentação, ou dos exercícios físicos. Todos precisam ser cuidados e mantidos para termos saúde e vivermos felizes (McARDLE, KATCH, KATCH, 1998; CAMPOS,A.A., CAVALCANTE, J.M., CAMPOS FILHO, H.J.M., SILVEIRA, M.A., 2001; CASTELL, SAGNIER, 2004; CAMPOS FILHO, 2008).

Preservar os dentes naturais é muito importante para a melhor mastigação dos alimentos. Os dentes anteriores, que ficam na frente, cortam os alimentos que são levados então aos dentes posteriores (dentes de trás). Os dentes posteriores trituram os alimentos, como em um pilão. Os alimentos precisam chegar ao estômago bem triturados pelos dentes, para que seus nutrientes sejam utilizados para o crescimento e a manutenção de nosso corpo funcionando com toda sua capacidade, e assim possamos correr, pensar, crescer e nos desenvolver.

Para pensarmos em reabilitação Oral, com uma vontade real de levar o melhor para cada ser humano, é preciso então associarmos a educação alimentar com a educação e prevenção para preservação dos dentes naturais. Somente depois de restabelecermos a saúde do paciente, teremos o alicerce necessário para iniciarmos qualquer procedimento restaurador.
Restabelecer a saúde dos tecidos moles, não deve parecer ser um início supérfluo, pois se a gente realmente quer o bem de cada paciente, e realmente quiser lhes oferecer melhores condições de saúde bucal, aí sim, valorizaremos cada etapa deste minucioso processo que nos levará a oferecer um novo nível de odontologia. Um nível de reabilitação que inclui não só uma melhor aparência, mas também inclui, em todos os aspectos a serem estudados aqui, uma integração saudável que se preocupa com a preservação de todos os elementos do sistema mastigatório, associados a uma alimentação e hábitos de vida saudáveis.

* Copyleft Adeliani Almeida Campos e Hermano José Maia Campos Filho.
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Prevenção em Saúde Bucal e Reeducação alimentar para a prevenção de cáries.

Recebendo e Preparando o Paciente para o Procedimento Restaurador

A educação para prevenção de cáries e problemas gengivais deve preceder todo procedimento restaurador, levando a cada paciente o conhecimento da relação das doenças com suas causas. A cárie está diretamente relacionada à presença de placa bacteriana cariogênica e ao consumo frequente de açúcar. Medidas educativo-preventivas, incluindo a remoção efetiva de placa bacteriana, uso de pasta de dente fluoretada e a redução da frequência do consumo de açúcar têm reduzido o índice de cáries e doenças das gengivas ( WELBURY, DUGGAL, HOSEY, 2007).
A qualidade da alimentação é muito importante para a saúde. Em saúde bucal, a cárie ocorre quando as bactérias da placa bacteriana produzem ácidos, a partir do acúcar dos alimentos que comemos. Estes ácidos desmineralizam os dentes. Estes dentes podem ser remineralizados na presença de cálcio, fósforo e flúor, com o controle da placa bacteriana e com a redução da frequência do consumo de açúcar. Precisamos incluir os pais na educação e prevenção de saúde bucal das crianças, pois são as mães e os pais que iniciam o processo vicioso de inserir açúcar no mingau e outros alimentos. São as mães e os pais que trazem refrigerantes e outras bebidas e comidas açucaradas para dentro de casa, aumentando a frequência do consumo de açúcar e criando um ambiente propício para destruição precoce dos dentes das crianças. Não é que criança não deva comer lanches açucarados ou bomboms, mas este hábito não deve ser levado para dentro de casa ou da escola, quando a criança deve receber uma alimentação saudável. O problema da cárie pode se iniciar muito cedo se nós não orientarmos as mães na alimentação adequada de suas crianças
Existe um hábito das mães em colocar açúcar na mamadeira. O açúcar é fermentado pelas bactérias da boca com produção de ácidos que destroem os dentes dos bebês, podendo ocasionar o aparecimento múltiplo de cáries conhecido com “cárie de mamadeira”. Crianças maiores podem continuar com esse hábito, tanto aquelas que frequentam serviços privados como públicos, tendo nestas últimas uma população que come bombons, chicletes e pirulitos a toda hora. Dessa forma haverá uma contínua produção de ácido que promoverá a destruição dos dentes (VADIAKAS G, 2008; KOHLI, POLETTO, PEZZOTTO, 2007).
Os refrigerantes por si já tem uma acidez que, quando consumidos em excesso, podem destruir a superfície dos dentes, e por isso, sua utilização com freqüência deve ser evitada. Para isso, os pais não devem levar refrigerantes para casa e sim substituí-los pelo consumo de sucos, leite ou água. É muito importante que os pais participem do processo educativo-preventivo para saúde bucal e sempre sejam convidados a participar dos momentos educativo-preventivos com as crianças e a cuidar também de seus próprios dentes. A educação em saúde é um processo que deve envolver toda a família, e todas as pessoas que cuidam de crianças, para que juntos possam reforçar seu aprendizado e possam inserir hábitos saudáveis no dia-a-dia.

Além das recomendações quanto à dieta, o controle da placa bacteriana também é fundamental, não só para a prevenção de cáries como para o resgate e preservação da saúde gengival. Um tecido gengival sadio é fator fundamental na percepção estética de um dente e do sorriso como um todo (Rufenacht, 1990). Considerando que a formação de placa bacteriana é fundamental na instalação e progressão das principais doenças bucais (cárie e doença periodontal), precisamos, antes de considerarmos outros princípios de estética, preparar o paciente para a remoção sistemática da placa bacteriana antes, durante e após o tratamento protético (Rosenberg et al, 1988; Carranza, 1992; Carvalho et al, 1994; Baratieri et al, 2001) .
Ao recebermos um paciente para tratamento, conversamos sobre a importância do controle de placa no restabelecimento da normalidade dos tecidos de proteção e sustentação dos dentes. O paciente deve passar por uma etapa preparatória que recupere a saúde da gengiva e do periodonto de sustentação para que possamos nos certificar das condições dos dentes que possam vir a receber restaurações ou ser suportes de próteses dentárias.
Fazemos a revelação da placa bacteriana e treinamos o paciente para escovar e usar o fio dental de forma adequada. A seguir, é necessário fazermos a raspagem e o polimento coronário e radicular, restabelecendo a lisura na superfície dos dentes. Deve também ser pesquisada a presença de nichos para acúmulo de placa bacteriana, tais como batentes de restaurações, os quais deverão ser corrigidos. Se houver dentes cariados que se constituam nichos para placa bacteriana, estes devem ser restaurados provisória ou definitivamente. Durante o preparo da boca do paciente, analisamos também a necessidade de enviarmos o paciente ao endodontista para tratamentos endodônticos, ou a qualquer outro profissional que contribua para restabelecer a saúde bucal do paciente como um todo.
Somente cuidando da saúde bucal do paciente como um todo seremos capazes de oferecer as bases para um tratamento restaurador de qualidade.
Para se falar em tratamento de qualidade é preciso antes de tudo sentir empatia e bem querer por cada paciente. Parece estranho iniciarmos um livro tão técnico falando de empatia e bem querer. Mas a técnica por si não tem valor se não se voltar para o bem estar do ser humano. E sem bem querer teremos menos cuidado e perseverança para seguir todos os procedimentos técnicos necessários para finalizar o melhor trabalho possível para nosso paciente.
A reabilitação estético-funcional envolve muitos detalhes e sentir empatia e bem querer pelo paciente é o caminho para nos sentirmos e permanecermos estimulados durante todo o percurso de um trabalho minucioso exigido em um tratamento diferenciado.
Somente um profissional movido a amor é capaz de superar todos os obstáculos necessários para trazer o melhor de si a outro ser humano. Esse sentimento de levarmos o melhor para o próximo nos leva a cada vez mais nos empenharmos em adquirir os conhecimentos necessários que garantam a um procedimento restaurador em odontologia a se harmonizar estética e funcionalmente ao sistema mastigatório de seu paciente.
Uma vez adquirido estes conhecimentos e antes de receber cada paciente, ao olhar para o seu rosto, seus olhos, ao ouvir sua voz pela primeira vez e ouvir suas queixas, procure, antes de tudo, querer bem. Assim, você estará preparado para iniciar um processo de cuidar, utilizando todos os conhecimentos adquiridos com paciência e entusiasmo. Procure compreender que aquela pessoa é um ser humano que, como você, precisa de ajuda, e que naquele momento, é você, que, lhe querendo bem e dando o melhor de si, vai poder tratá-lo como ele merece, oferecendo-lhe um trabalho de qualidade.
É através de um sentimento de amor pelo próximo, de dedicação, que buscamos nos esmerar fazendo tudo que for possível em cada passo de um tratamento restaurador, para obter as melhores condições de saúde para aquele paciente se sentir feliz. Dessa forma você encontrará um novo sentido para ser um bom profissional da saúde. O de cuidar de outro ser humano como você gostaria de ser cuidado, sem menosprezar, em momento algum, a importância de cada passo para que o tratamento realmente traga benefícios reais para nossos pacientes, não só na aparência, mas procurando também preservar tecidos vivos e garantir a saúde e longevidade dos tecidos de suporte e demais elementos integrados às restaurações ou próteses instaladas.
Para a saúde ser preservada e para a longevidade dos tratamentos, devemos inserir todos os pacientes em um programa de educação para a saúde bucal e educação alimentar.

Restabelecendo a saúde dos tecidos moles

A saúde dos tecidos moles é primordial na estética do sorriso. É impossível falar de estética e função em prótese dental sem antes preparar a boca do paciente para o restabelecimento da saúde dos tecidos moles. Imaginem se você finalizar uma prótese muito bonita e colocar dentro de uma boca com gengivas inflamadas? Uma gengiva saudável é como a moldura de um quadro bonito que se harmoniza com ele e se integra num todo estético. Não há um sorriso agradável e nem próteses dentais esteticamente harmoniosas na presença de gengivas inflamadas e acúmulo de placa e tártaro. Para obtermos uma restauração ou prótese visualmente agradável e funcionalmente efetiva, precisamos antes de tudo preparar o alicerce sobre o qual essa prótese vai se inserir e com o qual irá se relacionar.
O preparo para uma boca saudável se inicia no primeiro contato com o paciente, quando o recebemos e observamos, no exame clínico, a presença de placa bacteriana e tártaro e a presença de sangramento e inflamação na gengiva, assim como a presença de bolsas periodontais.
Antes de qualquer procedimento, com exceção de procedimentos de emergência em que o paciente sente dor, o paciente deve ser esclarecido de como restabelecer as suas condições de saúde bucal. Odontologia sem saúde não é uma odontologia que busca o melhor para o paciente. Nos dias de hoje, em que já dominamos o conhecimento para a prevenção das doenças de cárie e de gengiva, não cabe mais atender os pacientes simplesmente para a inserção de restaurações ou próteses de alta tecnologia, deixando-o com a boca cheia de doenças em progressão. Esse comportamento não é ético nem produtivo, pois a prótese instalada terá seus dias contados quando os dentes que a suportam começarem a ficar comprometidos por cárie ou doença periodontal. Deveremos defender sim, todos os profissionais envolvidos na confecção de restaurações e próteses dentais, uma “Odontologia com Saúde Bucal”.
Nesta filosofia de trabalho, a abordagem inicial do paciente envolve a explicação da relação da placa bacteriana com a cárie e doenças de gengiva e também a importância do controle da freqüência do consumo de açúcar. A seguir iniciamos a identificar o local do acúmulo de placa que geralmente se mantém na região cervical (gengival) dos dentes, causando inflamação nas gengivas, e iniciamos os procedimentos para orientação e treinamento de higiene bucal.

Aderência da placa e sua remoção com a escovação

Participar de uma Odontologia com Saúde Bucal não significa apenas entregar escova e fio dental para os pacientes e dizer que ele deve escovar. Isto não resolve e tem sido um comportamento utilizado por muitos profissionais que tentam convencer que aderiram à prevenção sem na verdade ajudar em nada os pacientes. Não é possível modificar hábitos dessa forma. É preciso sim orientarmos, treinarmos e acompanharmos se o paciente está realmente conseguindo remover a placa em toda a superfície do dente.
Essa preocupação com a eficiência de nossas ações tem aparecido porque durante nosso trabalho com a escovação e uso de fio dental em pacientes, temos observado que, após a escovação sem a adequada supervisão, a placa bacteriana permanece aderida ao dente próximo a gengiva e na superfície sub-gengival em todas as faces do dente. Daí a necessidade de discutirmos com os pacientes que a remoção da placa da superfície dos dentes exige um certo método, devido a característica da placa de se aderir à superfície do dente. É fundamental corrigirmos a técnica de utilização da escova e do fio dental de forma que estas venham a remover a placa de toda a superfície dos dentes.
Temos observado que a placa, por se apresentar da mesma cor do dente, parece não incomodar aos pacientes que desconhecem muitas vezes sua presença e também seu potencial de destruição do esmalte e dentina assim como também dos tecidos que sustentam os dentes na boca. Por isso, antes de iniciarmos a sessão educativo-preventiva é muito vantajoso fazermos uso do evidenciador de placa bacteriana para orientarmos os pacientes onde deve ser melhorada a escovação.
O revelador ou evidenciador de placa bacteriana é um corante que dá cor ao aglomerado de bactérias aderidas ao dente. A visualização da placa bacteriana pelos pacientes facilita a compreensão de que esta placa se localiza mais próxima da gengiva e nas superfícies proximais(entre os dentes) e exige técnica de escovação e fio dental adequadas para a sua efetiva remoção.
Dessa forma, tendo o paciente visualizado em sua própria boca a presença da placa, iniciamos a explicação de que os micróbios da boca metabolizam os alimentos, em especial os doces, e formam uma espécie de cola (o dextrano), fazendo com que estes micróbios possam permanecer grudados ao dente. Se a escovação e o uso do fio dental forem feitos de forma deficiente, e se houver presença de doces na boca, os micróbios irão produzir, a partir destes açúcares, um ácido que irá desmineralizar o dente.
Além de destruir o dente, os micróbios aderidos no dente próximo ou sob a gengiva podem provocar sua inflamação, o que pode ser observado pelo sangramento da gengiva no momento da escovação. Se o sangramento ocorrer é porque a gengiva está inflamada, acomodando vários micróbios por baixo dela, o que significa que a escovação deve ser corrigida e intensificada. Esta dúvida deve ser esclarecida aos pacientes pois na grande maioria das vezes ao perceber a presença de sangramento eles evitam escovar naquela região, facilitando mais acúmulo de bactérias e agravando a doença de suas gengivas. Eles precisam saber que quando a gengiva sangra isso significa que há uma concentração de bactérias próximo e sob a gengiva que precisam ser removidas através de uma escovação correta e persistente, direcionada à região do dente próxima e sob as gengivas.
É preciso esclarecer aos pacientes que se essa placa não for removida a inflamação se estende ao osso que segura os dentes em posição e que, à medida que este osso vai sendo destruído pode ocorrer o amolecimento e perda dos dentes permanentes. Finalmente, uma escovação e o uso do fio dental de forma adequada é importante porque consegue retirar os micróbios de todas as faces dos dentes e em toda sua extensão incluindo a placa próximo e sob a gengiva, evitando que eles venham a destruir os dentes e os tecidos de suporte deste dente.

Técnica de escovação incluindo a remoção da placa no terço cervical

A maioria dos problemas relacionados aos dentes pode ser evitada com uma escovação adequada e o uso do fio dental. É mais vantajoso ir ao dentista aprender a prevenir as doenças do que arrancar um ou outro que já esteja corroído enquanto a boca continua cheia de micróbios.
Para evitar perder os dentes, sentir dores, ficar com a boca cheia de bactérias ou ter doenças mais graves, devemos aprender a escovar os dentes para remover não só parte da placa bacteriana, mas toda ela, inclusive a que se adere próximo e sob a gengiva.
Insistimos em enfatizar a importância da remoção da placa bacteriana próxima à gengiva porque temos observado que após uma escovação e uso de fio dental de forma usual, mesmo após orientação deficiente por parte de dentistas, auxiliares de consultório odontológicos e alunos de odontologia, a placa permanece ao nível da gengiva e sub-gengival. Por isso é preciso empenho em melhorarmos nossa atuação nesta área.
Os profissionais que fazem orientação de escovação e uso do fio dental podem inicialmente utilizar recursos auxiliares que possam ajudar na compreensão dos problemas de saúde bucal a serem esclarecidos à população.
Utilizando um macro-modelo ou manequim odontológico, escova e fio dental, ou fazendo as observações na boca do próprio paciente, iniciamos a sessão de educação em saúde explicando a relação entre placa bacteriana e cárie e doenças gengivais. Para visualização do que está sendo explicado, é muito importante que façamos a revelação de placa bacteriana, mostrando ao paciente a placa e sua localização preferencial no terço gengival vestibular e palatino, ressaltando a dificuldade encontrada pela maioria dos pacientes para a remoção da placa próximo à gengiva ou sub-gengivalmente e sua relação com problemas gengivais e periodontais. Neste momento é importante também esclarecer a relação entre a freqüência de consumo de açúcar na dieta com a presença de cárie e esclarecer também a relação do acúmulo de placa com a presença de mau-hálito a fim de estimularmos os pacientes para a limpeza de seus dentes.
Para o início da escovação podemos utilizar a técnica dos movimentos circulares com os dentes fechados, acompanhando a forma da margem da gengiva.
Este tipo de escovação, entretanto, não é suficiente, pois se utilizada sozinha a placa permanece aderida próxima e sob a gengiva criando cáries nesta região e problemas com inflamação das gengivas. Para isso é necessário continuar com a escovação para remoção da placa nesta região.
Orientamos então a correta utilização da escova para remoção de placa no terço gengival e sub-gengivalmente utilizando a técnica de Bass na face vestibular dos dentes. Nesta técnica, a escova deve ser posicionada de forma inclinada com as cerdas direcionadas para dentro do sulco gengival num ângulo de 45 graus com o longo eixo do dente. Após o posicionamento adequado da escova fazemos um movimento de vibração para introdução das fibras dentro do sulco gengival e a seguir fazemos um movimento de rotação friccionando as cerdas sobre a face vestibular do dente, desde o sulco gengival até o terço incisal, ou oclusal, para remoção da placa aderida.

Este procedimento é repetido dez vezes a cada dois dentes e deve ser iniciado nos últimos molares de um lado da arcada até chegar nos molares do outro hemiarco.
Para escovação da face palatina, a técnica mais prática é a técnica que utiliza a escova em uma posição vertical. A escova é posicionada paralela ao longo eixo do dente, fazendo movimentos de vai-e-vem mentalizando a importância de se friccionar bem a escova para higienização do terço gengival na tentativa, inclusive, de, durante o movimento, inserir também as cerdas subgengivalmente para promover a remoção da placa subgengival. Este movimento de vai-e-vem com a escova na posição vertical deve ser repetido para cada dente, iniciando-se no último molar de um hemiarco até o último molar do hemiarco oposto, contando dez movimentos de vai-e-vem para cada dente.
A seguir explicamos a importância da higiene da face oclusal dos dentes posteriores conversando sobre a mastigação dos alimentos. Estes dentes têm fossas que se assemelham a pilões que trituram os alimentos, por isso, sua preservação é de extrema importância para a digestão correta dos alimentos. As fossas e sulcos na face oclusal dos dentes, que permitem o escape da comida triturada, facilitam o acúmulo de bactérias e dificultam muito a remoção da placa aderida no fundo desses sulcos e fossas, daí uma maior quantidade de cáries nesta localização onde começa a formação de cavidades. As fossas e sulcos na face oclusal destes dentes devem ser escovadas com movimentos de vaivém várias vezes com bastante firmeza para remover os micróbios aderidos no fundo dos sulcos. Este movimento de vaivém pode ser feito tanto de frente para trás como lateralmente para tentar remover esta placa do fundo dos sulcos. Por fim, é preciso escovar bem a língua, pois nela se acumulam micróbios.
Após a explicação sobre a escovação dos dentes e da língua, explicamos então ao paciente que a escova removeu a placa bacteriana nas faces vestibular, lingual e palatina, mas não limpou ainda a superfície entre os dentes. Para isso iniciamos então a explicação do uso do fio dental.

Usando o Fio Dental Corretamente

O uso do fio dental é tão importante para a higiene bucal quanto a escovação. Ele remove a placa aderida nas superfícies proximais (laterais) dos dentes.
É muito importante compreender que o fio dental deve remover a placa aderida em toda a extensão da superfície proximal, iniciando no fundo do sulco para remover a placa aderida ao dente na região que está sob a gengiva. Existe uma dificuldade muito grande para uma correta instrução do uso de fio dental e isto resulta no fato de que os pacientes que tem recebido esta orientação não usem o fio corretamente. É preciso então que os agentes de saúde e dentistas envolvidos neste processo compreendam bem como deve ser utilizado o fio. O objetivo do uso do fio é raspar a superfície proximal do dente e para isso é preciso: 1- Inserir o fio entre os dentes; 2- Levar o fio dental até o fundo do sulco gengival; 3- Abraçar o dente firmemente e 4- Raspar o dente desde o fundo do sulco até o contato proximal num movimento que vai mantendo o fio apertando bem o dente para remoção da placa aderida.
É preciso esclarecer e se certificar de que este movimento de raspagem do fio esteja sendo feito pelo paciente no sentido gengivo-oclusal ou gengivo-incisal e não no sentido vestíbulo lingual.
Lembrar de verificar que na hora da inserção do fio até o fundo do sulco gengival, a ponta dos dedos que seguram o fio deve estar bem próxima do dente e ultrapassando a altura da gengiva de forma a inserir o fio até embaixo da gengiva.
É muito comum observarmos o paciente segurando o fio com os dedos bem afastados do dente. Dessa forma o fio não vai ser levado até o fundo do sulco deixando ali a placa sub-gengival que provoca a inflamação das gengivas. Além disso, se os dedos estiverem afastados do dente na hora do movimento de raspagem, o fio não ficará abraçando bem o dente e não terá a força para remoção da placa aderida. Para remoção da placa aderida os dedos devem permanecer o mais juntos possível esticando bem o fio e abraçando o dente bem firme durante a raspagem com o fio dental.
Portanto, a técnica consiste em segurar o fio bem firme com os dedos bem próximos um do outro, colocar o fio entre os dentes levando até o fundo do sulco gengival, abraçar o dente e raspar a placa aderida na superfície proximal.
Essa raspagem deve ser repetida dez vezes em cada superfície para que haja real remoção das bactérias.
O paciente deve entender o porque de cada procedimento e a abordagem deve garantir o treinamento adequado para remoção de placa com escovação supra e sub gengival e utilização do fio dental supra e sub gengival.

Encaminhamento do paciente

Quando for observado a presença de tártaro, é necessário encaminhar o paciente para fazer uma raspagem pelo dentista seguida de alisamento radicular, pois se a superfície estiver áspera e com tártaro o paciente não vai conseguir remover a placa e o processo de destruição de dentes e do suporte ósseo dos dentes pode continuar.
A presença de cavidades de cáries também facilita o acúmulo de bactérias e dificulta sua remoção, por isso é necessário o encaminhamento para restaurar estes dentes.
Somente após a confecção das restaurações e após o treinamento e acompanhamento da higiene bucal adequada, quando o paciente já consegue manter seus dentes livre de placa, e após a raspagem e alisamento dos dentes com tártaro, é que se faz o encaminhamento para prótese dental se o paciente assim necessitar. Antes de conseguir manter os dentes naturais suficientemente limpos, nenhum paciente pode receber tratamento com prótese, pois esta prótese será um nicho adicional de placa bacteriana. Se o paciente não conseguir manter limpos nem os seus dentes naturais, como poderá assumir a responsabilidade pela limpeza de mais dentes, artificiais, que se constituem como nichos adicionais de placa?
Quando há um tratamento apressado e o paciente recebe uma ou várias restaurações também podem ser criadas deficiências nas linhas de união da restauração com o dente, que podem vir a facilitar o acúmulo de placa. A inserção de uma prótese ou restauração na boca de um paciente sem o treinamento adequado para remoção de placa também aumentará ainda mais o acúmulo desta placa comprometendo a saúde dos dentes e da gengiva. O treinamento para remoção sistemática da placa, a raspagem e o alisamento da superfície dos dentes sempre deve anteceder um tratamento restaurador. O tratamento com prótese dental, seja ela fixa ou removível, que venha a fazer parte de uma boca saudável, deve receber o treinamento prévio por parte do paciente. Sem tecidos gengivais saudáveis, não há aparência estética, pois uma gengiva rosada e saudável é o princípio número um para o restabelecimento estético-funcional do sistema mastigatório.
E qual é a principal função do sistema mastigatório? Mastigar bem os alimentos, para possibilitar assim a maior absorção dos nutrientes para o crescimento, desenvolvimento e manutenção de uma vida saudável. Por isso é tão importante cuidarmos da saúde dos dentes e gengivas quanto nos educarmos para uma alimentação de qualidade, de forma a suprir os nutrientes necessários para este crescimento, desenvolvimento e manutenção de uma vida saudável.
O processo de aprendizagem para a saúde bucal e educação alimentar devem se integrar, portanto, ao processo educativo para a saúde integral. Todo paciente deve ser acompanhado e ser integrado a um programa de educação para a saúde bucal e educação alimentar para manter sua saúde bucal para a vida inteira. Crescendo e vivendo sem cáries, sem problemas nas gengivas, com um hálito agradável e com saúde integral.

Reabilitação Estética Dental para um Sorriso Harmonioso

Restabelecimento Estético do Sorriso

Quando a saúde dos tecidos gengivais estiver restabelecida e o paciente for capaz de controlar o acúmulo de placa bacteriana, e for preciso restaurar tecidos perdidos, fazemos o planejamento onde objetivamos atender aos princípios estético-funcionais os quais orientam como devemos refazer os dentes do paciente.
O princípio básico do planejamento é o de escolher o tratamento que resulte em maior preservação dos tecidos vivos remanescentes. Portanto, as restaurações diretas em resina composta, sem remoção de estrutura dental, vem sempre com vantagem, pois possibilita que o dente seja restaurado sem remoção de estruturas vivas. Para a restauração dos dentes, deveremos então conhecer os princípios estéticos e funcionais para que, além de resgatar as características estéticas da dentição natural, possamos inserir restaurações que não se constituam em nichos de placa que venham a comprometer a saúde das gengivas. Dentre os princípios estéticos, os primeiros princípios a serem apresentados giram em torno das características estéticas dos incisivos centrais superiores. O desconhecimento da importância da recuperação das características relacionadas aos incisivos centrais pode trazer resultados estéticos insatisfatórios em restaurações e próteses dentais que frustrarão tanto ao paciente quanto ao profissional.



Características Fundamentais no Restabelecimento Estético
dos Incisivos Centrais


Obtenção adequada da proporção intrínseca e da dominância dos incisivos centrais superiores
A grande importância dos incisivos centrais no restabelecimento da estética do sorriso se dá devido ao fato de que os incisivos centrais superiores são os primeiros dentes a serem percebidos no sorriso e são os dentes mais próximos de um observador que se encontre na frente do paciente, visualizando seus dentes.
Esta posição característica dos incisivos centrais lhe dá um papel de dominância na obtenção da impressão de harmonia estética dos dentes. Por isso, a recuperação das características dominantes dos incisivos centrais é fundamental na reconstrução dos dentes anteriores.
A primeira regra básica para recuperação da dominância dos incisivos centrais é a de que este dente, por ser o mais próximo do observador, deve ser sempre o dente que aparenta maior tamanho no sorriso (Horn, 1976; Chiche & Pinault, 1994; Touati et al, 2000).
Muitas vezes quando o paciente perde os quatro incisivos superiores, podemos observar uma abordagem errada em prótese dental que compromete a estética do sorriso. Esse erro se dá quando se tenta dividir igualmente o espaço para reposição dos quatro incisivos, diminuindo a largura dos incisivos centrais. Esse erro pode gerar um sorriso extremamente insatisfatório devido ao desrespeito a regra básica inicial que é a dominância do Incisivo central no sorriso.
Para restaurarmos adequadamente o tamanho dos incisivos centrais de um paciente, é importante conhecermos muitas das características destes dentes no que diz respeito às suas proporções intrínsecas e também a sua relação com outros dentes e com o lábio do paciente.
Inicialmente devemos nos familiarizar com a proporção entre a altura e a largura da face vestibular nos incisivos centrais superiores. Alguns autores mediram vários incisivos centrais e encontraram uma proporção característica entre altura e largura na coroa destes dentes. Foi observado que se dividirmos a largura (dimensão mésio-distal) da coroa de um incisivo central superior, por sua altura (dimensão cérvico-incisal), encontraremos uma proporção média de 0,8. Shillingburg et al (1972) encontraram uma média de 8,5mm de largura para 10,4mm de comprimento e Bjorndal et al (1974) encontraram uma média de 9mm de largura para 11.2mm de altura em incisivos centrais de pacientes jovens (17 a 21 anos de idade). Se dividirmos estas larguras por suas respectivas alturas encontraremos um resultado muito próximo a 0,8. Dessa forma, podemos dizer que, nos incisivos centrais superiores, L / A = 0,8, onde L é a largura do incisivo central e A é a Altura. Se L/A=0,8, então L=0,8xA, e A=L/0,8. Se formos restaurar um incisivo central de largura igual a 9,5mm, dividimos esta largura por 0,8 e encontramos a altura desejada, ou seja, quando L=9,5, então A=9,5/0,8, o que implica que A = 11,8, ou seja, a altura cérvico-incisal de um incisivo central de 9,5mm de largura, deverá ser de 11,8mm em um paciente jovem. A medida que os anos vão passando e vai havendo um desgaste fisiológico, este comprimento decresce lentamente. O desafio em uma reconstrução dos incisivos centrais é o de resgatar a proporção intrínseca, levando em consideração a idade do paciente, sem, contudo, criar forças excessivas sobre esses dentes no movimento de protrusão (Chiche & Pinault, 1994).
Tamanha é a importância da recuperação das características dos incisivos centrais que, ao reconstruirmos estes dentes, a proporção entre altura e largura da face vestibular já nos dá alguma impressão sobre o paciente. Um incisivo central para um paciente jovem, ou para um paciente que deseja resgatar a jovialidade em seu sorriso, deverá apresentar uma proporção adequada entre altura e largura. Se nestes pacientes reconstruirmos os incisivos centrais com uma altura reduzida (dentes curtos), teremos a impressão de um paciente de mais idade ou de um paciente com desgastes não funcionais, como o bruxismo. Por outro lado, se reconstruirmos os incisivos centrais com alturas muito grandes, desproporcionais à suas larguras, estes serão característicos de pacientes com problemas periodontais acentuados onde, devido à perda óssea associada à recessão gengival, os dentes parecem excessivamente longos (Chiche & Pinault, 1994).
Um erro que poderia ser cometido em restabelecer a dominância dos incisivos centrais superiores deveria sempre ser evitado. Para evitarmos surpresas após a conclusão de uma restauração ou prótese, ou mesmo de um aumento de coroa clínica, é importante analisarmos a relação entre altura e largura dos incisivos centrais, e planejarmos nossos procedimentos de forma a restabelecer a dominância e a proporção intrínseca destes dentes.


Exposição do bordo incisal dos incisivos centrais superiores

Na determinação da altura do incisivo central, é importante analisarmos a quantidade de exposição do bordo incisal destes dentes com a boca ligeiramente aberta e os lábios em repouso (Vig and Brundo, 1978; Scharer et al, 1986; Rufenacht, 1990). Tem sido demonstrado que a exposição do bordo incisal dos incisivos centrais, com o lábio em repouso, está relacionada com a idade, o sexo e com tamanho do lábio. Quanto ao sexo, as mulheres apresentam maior exposição do bordo incisal dos incisivos superiores do que os homens. Quanto ao tamanho do lábio, pacientes com lábio superior mais desenvolvido tem menor exposição do bordo incisal. No que diz respeito à idade, quanto mais jovem o paciente, ou quanto mais jovem ele queira parecer após uma reabilitação, maior a exposição do bordo incisal dos incisivos centrais superiores, quando o paciente se encontra com os lábios em repouso e a boca entreaberta. Vig and Brundo (1972), encontraram em média 3.37mm de exposição do bordo incisal destes dentes aos 30 anos, com redução para 1,58mm aos 40 anos, 0,95mm aos 50 anos, 0,46mm aos 60 anos e 0,04mm ou menos, aos 70 anos.
Para compreendermos sob o ponto de vista prático, a exposição do bordo incisal dos incisivos centrais com o lábio em repouso, vejamos a prova do plano de cera superior para confecção de próteses totais. Para definirmos o limite inferior deste plano, onde irão ser posicionados os bordos incisais dos incisivos centrais, pedimos ao paciente que permaneça com o lábio em repouso e marcamos aproximadamente 2mm abaixo da linha do lábio. Esta é a média mais utilizada determinando o limite do plano de cera onde o TPD posicionará o bordo incisal dos incisivos superiores. Este aspecto também deve ser considerado nas restaurações diretas, e nas próteses fixas e removíveis, restabelecendo adequadamente a altura dos incisivos centrais e observando se há exposição do bordo incisal destes dentes.
Outra referência de posicionamento adequado dos dentes é utilizada para reconstrução do plano oclusal inferior. Quando os dentes estão numa altura adequada, vizualizamos, quando o paciente está com a boca entreaberta, as pontas das cúspides dos pré-molares inferiores. Os incisivos inferiores só são mais expostos durante a fala do paciente (Dawson, 1989).

Conclusão: Os incisivos centrais são os dentes dominantes no sorriso e a exposição de seus bordos incisais, com o lábio em repouso, denota jovialidade. Os incisivos centrais têm uma relação entre altura e largura em que L / A = 0,8. No exame da visibilidade dos dentes com a boca entreaberta e lábios em repouso, visualizamos o bordo incisal dos dentes anteriores superiores e a ponta das cúspides dos caninos e primeiros pré-molares inferiores.


Simetria entre incisivos centrais

Além de observarmos o tamanho dos incisivos centrais, para garantirmos um resultado estético de uma prótese dental, devemos observar cuidadosamente a semelhança entre estes dentes. Os incisivos centrais são os dentes mais próximos da linha média que separa os hemi-arcos direito e esquerdo. A idéia de continuidade entre estes hemi-arcos, como parte de uma mesma arcada, é caracterizada pela semelhança entre os incisivos centrais. Estes dentes, por estarem vizinhos, e mais próximos do observador, deixam notórias as diferenças entre si. Para reconstruir estes dentes, devemos nos esforçar para deixá-los o mais semelhantes possível em altura, largura, cor e textura (Rufenacht, 1990; Chiche & Pinault, 1994; Baratieri et al, 1995).
Quando temos um espaço reduzido para restabelecer um incisivo central, por exemplo, não deveremos colocar um outro incisivo central de menor largura. Seria preciso primeiro planejar o restabelecimento do espaço adequado, ou até fazer um desgaste planejado para permitir que os dois incisivos centrais, ao final da reabilitação, estejam com características semelhantes.
Quando for necessário estabelecermos uma maior naturalidade, quebrando a uniformidade entre os dentes, trabalhamos com diferenças entre os incisivos laterais, e em menor extensão, entre os caninos. Os incisivos centrais não devem ser trabalhados para a quebra da uniformidade, e devem permanecer semelhantes, garantindo a característica da simetria entre os hemi-arcos (Horn, 1976; Lechner, 1997).
Os incisivos centrais devem definir também a linha média no sorriso. A linha média está relacionada ao filtrum do lábio superior e ao conjunto dos determinantes verticais da face. A papila incisiva pode ser tomada como referência inicial. Tem sido observado que a linha média entre incisivos superiores e inferiores não coincide em 75% dos casos. Por este motivo, a linha média entre os incisivos centrais inferiores não deve ser tomada como referência para o posicionamento da linha média entre incisivos centrais superiores. O filtrum do lábio é considerado a melhor referência para o restabelecimento da linha média entre incisivos centrais superiores (Miller et al, 1979; Rufenacht, 1990; Lechner, 1997).

Conclusão: Além da dominância, os incisivos centrais são responsáveis pela simetria em um sorriso. O posicionamento da linha média entre incisivos centrais é definido pelo filtrum do lábio superior e pelo conjunto dos determinantes verticais da face.
No caso de próteses removíveis ou prótese total, a linha média é marcada no plano de cera sobre o qual será montado os dentes.
Para obtermos estas características após a prova final de uma prótese fixa, é preciso que tenham sido planejadas no enceramento, nos preparos, nas coroas provisórias, na prova da infra-estrutura (em metal, porcelana pura ou cerômero) e finalmente, confirmadas na prova final.



Restabelecimento da Harmonia entre Cor, Tamanho e Posição dos Dentes na Arcada

Para que possamos restabelecer um sorriso de uma forma natural, é importante que respeitemos as questões relacionadas com a perspectiva de dentes situados à diferentes distâncias do olho do observador. Próteses que não respeitam essas regras apresentam um sorriso artificial notório, em que, dentes do mesmo tamanho e da mesma cor parecem estar todos alinhados no mesmo plano e não reconstituem a progressão que harmoniza a posição, o tamanho e a cor dos dentes de acordo com suas posições na arcada.
Quando os dentes acompanham a curvatura da arcada em direção posterior, distanciam-se progressivamente do olho do observador à medida que se distanciam da linha média. Quando estruturas de tamanhos similares são alinhadas à distâncias diferentes do observador, existirá uma impressão da redução gradual de tamanho, da estrutura mais próxima para a que se apresenta mais distante (Lombardi, 1973; Rufenacht, 1990). Quando olhamos um sorriso de frente, existe uma regressão no tamanho dos dentes à medida que estes se distanciam do olho do observador. Além da redução no tamanho, observamos uma redução no brilho, pois os dentes mais distantes vão se tornando menos expostos à luz. O dente que está mais perto do observador, é o maior e mais claro (incisivos centrais). À medida que os dentes se afastam do observador acompanhando a curvatura da arcada, parecem menores e mais sombreados, com o brilho restrito à porção mesial da face vestibular, onde a luz é refletida neste dente.
Os incisivos centrais, que estão mais próximos do olho do observador, são os dentes de maior visualização na arcada. Estão com a face vestibular voltada pra frente, perpendicular ao olho do observador, com uma maior área de reflexão da luz. Os incisivos laterais, estão um pouco mais distantes do observador do que os incisivos centrais e são mais estreitos, e a luz já incide mais na metade da face vestibular por não se apresentarem tão perpendiculares em relação ao olho do observador desde que já começam a acompanhar a curvatura da arcada. É por já se inserirem no início da curvatura da arcada que apresentam sua área de brilho mais restrita à metade mesial da face vestibular, com a metade distal um pouco sombreada. Os caninos, quando vistos de frente, apresentam apenas o aspecto mesial da face vestibular. O brilho nestes dentes fica restrito a área de maior convexidade na junção entre a face vestibular e a face mesial. Estas características são parte de um conjunto de fatores importantes que dão o aspecto tridimensional do posicionamento dos dentes na arcada dental.
Ao confeccionarmos uma prótese de canino a canino, por exemplo, com todos os dentes de tamanho, brilho e cor semelhantes, teremos a impressão de que estes seis dentes anteriores estão no mesmo plano, ou seja, num plano reto na frente da arcada, dentro da mesma distância do olhar do observador. Não teremos reconstruído a naturalidade tridimensional que caracteriza a diferente posição destes dentes que, progressivamente, se distanciam e seguem a curvatura da arcada. Para reconstruirmos estes dentes adequadamente teremos que refazê-los progressivamente menores. Essa progressão de tamanho é acompanhada por uma progressão no brilho e na cor. Os centrais são mais claros que os laterais, que por sua vez, são mais claros que os caninos. Tamanho e cor, progressivamente se modificam criando a tri-dimensão do sorriso (Lombardi, 1973; Ubassy, 1993; Chiche e Pinault, 1994).
Observem que os incisivos centrais são sempre mais largos do que os incisivos laterais, e estes, por sua vez, são mais largos do que o aspecto mesial da face vestibular dos caninos. Os caninos, apesar de serem mais largos na distância mésio-distal, devem parecer menores do que o lateral quando vistos de frente. Isto porque, neste campo de visão, apresentam apenas o aspecto mesial da face vestibular, e portanto, aparentam ser mais estreitos que os laterais, harmonizando-se com sua posição na arcada. Quando este princípio não é respeitado, dentista e paciente percebem que o canino ficou muito grande.
O aspecto distal da face vestibular do canino, assim como dos demais dentes posteriores, não deve ser visto quando olhamos o paciente de frente. Este posicionamento do canino é importante em restaurações de resina compostas, em reconstruções com próteses dentais e também em tratamentos ortodônticos. Quando ao final do tratamento observamos o sorriso com exposição do aspecto distal dos caninos, sentimos como se a disposição dos dentes estivesse se abrindo em leque, com exposicão exagerada de dentes.
Esta característica, de não exposição do aspecto distal da face vestibular de caninos e dentes posteriores, pode ser obtida no enceramento diagnóstico e reconstruída em restaurações indiretas ou pode ser obtida na própria clínica, em restaurações diretas. No caso das restaurações indiretas, este aspecto só poderá ser reproduzido na prótese final se o preparo cavitário e o casquete, seja em metal ou porcelana pura, forem confeccionados de forma a oferecer espaço adequado para reconstituição da inclinação do aspecto distal da face vestibular do canino. Utilizando o enceramento diagnóstico como guia para análise do preparo, deixamos espaços tanto para o casquete como para a porcelana de cobertura, de forma a permitir que, mesmo depois de posicionados estes materiais, o aspecto distal do canino permaneça sem ser visto, quando olhamos o paciente de frente. Estes cuidados são necessários também na confecção de próteses fixas de porcelana pura (metal free).
Essa relação harmônica, de progressiva regressão das larguras dos dentes anteriores, respeita a regra básica da “proporção dourada” (Levin, 1978). Nesta proporção, o incisivo central deve ser mais largo do que o incisivo lateral e o incisivo lateral deve ser mais largo do que o aspecto mesial da face vestibular do canino, que é a porção evidenciada do canino quando visto de frente. A proporção dourada é encontrada em muitas relações harmônicas na natureza, e estabelece que a largura do incisivo lateral dividida pela largura do central é igual a 0,618 e a largura do aspecto mesial do canino dividida pela largura do lateral também está em proporção dourada e é igual a 0,618 (Levin, 1978, Rufenacht, 1990). Assim, poderemos usar estas regras para encontrar a largura dos dentes anteriores.
O primeiro passo seria encontrar a proporção intrínseca do incisivo central. Depois de estabelecida a proporção intrínseca entre a largura e a altura dos incisivos centrais superiores, podemos calcular a largura do incisivo lateral e do canino da seguinte forma: LL = LC x 0,618, onde LL= largura do lateral e LC= largura do central. A seguir, para calcular a largura do aspecto mesial do canino, usamos a seguinte fórmula: LmCAN = LL x 0,618, onde LmCAN = largura do aspecto mesial do canino e LL= largura do lateral. O aspecto mesial do canino pode ser medido como a distância entre o bordo mesial da face vestibular deste dente e a linha cérvico-incisal mais convexa que passa próxima ao centro da face vestibular, separando a inclinação mesial da inclinação distal da face vestibular. Após calcular as larguras destes dentes, na proporção dourada, transferimos para uma folha de papel e fazemos a análise das larguras na boca do paciente, ou no modelo de trabalho (Levin, 1978).
Se o paciente não tiver os incisivos, medimos a largura do aspecto mesial do canino e multiplicamos por 1,618 para encontrar a largura do incisivo lateral. Multiplicamos então a largura do incisivo lateral por 1,618 e encontramos a largura do incisivo central. Com a largura do incisivo central, utilizamos sua proporção intrínseca e encontramos sua altura (comprimento cérvico incisal).
Se ao aplicarmos estas fórmulas, constatamos que os incisivos laterais ou caninos aparentam muito largos, ou os incisivos centrais muito estreitos, corrigimos esses erros restabelecendo a proporção adequada entre suas larguras. Essas correções podem ser feitas na prova dos dentes de próteses parciais removíveis ou próteses totais, trocando os dentes por dentes de tamanho e cor mais adequados, ou fazendo pequenos ajustes nas posições ou na forma destes dentes. Estas modificações também podem ser feitas em restaurações de resina composta, feitas no laboratório, dento ou implantosuportadas, ou em restaurações estéticas feitas diretamente na boca do paciente, e podem também ser feitas em próteses de porcelana, pura (metal –free) ou metalocerâmicas.


Corrigindo a exposição do aspecto distal de caninos e dentes posteriores

Quando ao recebermos uma prótese para prova e percebemos que o aspecto distal do canino está sendo muito visualizado quando observamos o sorriso de frente, deveremos corrigi-lo. Numa prótese total ou removível, inicialmente devemos modificar a posição do canino causando uma giroversão no dente de forma a esconder o aspecto distal da face vestibular. No caso de próteses fixas, para esconder o aspecto distal do canino, seja em um enceramento, em uma restauração de resina composta ou cerômero, em uma restauração provisória ou na prótese definitiva, devemos dividir a face vestibular de caninos e dentes posteriores em duas partes. O aspecto mesial e o aspecto distal. O aspecto mesial aparecerá mais largo, quanto maior for a distância entre a linha de ângulo mesial (linha convexa que divide a face mesial da face vestibular) e a linha cérvico-incisal de maior convexidade da face vestibular. O aspecto distal vai da linha de maior convexidade vestibular até a linha de ângulo distal. A metade mesial ou aspecto mesial é a porção visível quando olhamos o paciente de frente. A metade distal deve ficar fora do alcance da visão.
Para que o aspecto distal da face vestibular não seja visualizado, devemos inclinar o aspecto distal da face vestibular em direção ao centro da crista marginal do dente vizinho. Nos caninos, o ponto de contato distal é deslocado para o meio da crista marginal mesial do primeiro pré-molar. Este deslocamento do ponto de contato distal, juntamente com a inclinação adequada do terço incisal da face vestibular, abre a ameia entre o canino e o primeiro pré-molar superior, a qual apresenta um formato triangular quando vista de frente.
Quando escondemos o aspecto distal da face vestibular, temos que associar novamente forma e cor, para que as porções mais iluminadas do dente fiquem com maior brilho, enquanto que as porções mais escondidas, com menor brilho. Dessa forma, quando escondemos o aspecto distal de caninos e dentes posteriores, utilizamos uma cor de menor brilho nesta região. Um exemplo prático está na reconstrução da face vestibular de um canino com resina composta. No aspecto distal devemos colocar uma resina de menor brilho, tipo C2 ou C3, por exemplo, para que aquela porção distal não venha a se destacar no sorriso. Da mesma forma, o brilho deve ser reduzido no aspecto distal dos pré-molares e das cúspides de molares. Estes princípios são aplicados em restaurações diretas e indiretas, tanto em porcelana como em resinas e também podem ser utilizados nas caracterizações de dentes artificiais para próteses parciais removíveis e próteses totais.
A reconstrução da face oclusal nos dentes posteriores também apresenta esta relação da forma com a cor, relacionados com a iluminação que o dente recebe. Neste caso, quando o paciente abre a boca, a luz só é refletida na crista marginal mesial, nas vertentes mesiais das cúspides e nas porções mais convexas das vertentes cuspídeas, quando se direcionam para o sulco central (vertentes triangulares). Nestas regiões utilizamos resina ou porcelana mais claras e de maior brilho, para caracterizar as zonas de maior reflexão da luz. À medida que a face oclusal vai se aprofundando em direção aos sulcos e fossas, as quais são menos acessíveis a luz, a cor da resina ou porcelana vai ficando mais escura e com menos brilho. Na coloração intrínseca destes dentes, a dentina mais interna deve ser mais saturada, enquanto que a dentina que vai se direcionando ao esmalte vai ficando mais clara e mais translúcida. Respeitando este princípio, a camada de opaco nas restaurações metalocerâmicas, assim como a porcelana que cobre o coping de porcelana pura (metal-free) deve ser selecionada baseando-se na cor mais saturada do terço cervical. Dessa forma, seja em dentes posteriores ou anteriores, o dente tem uma cor mais quente internamente, próximo à polpa, e vai clareando e se tornando mais translúcido à medida que vai chegando à superfície. Desta forma temos sempre uma progressividade em que o croma, ou saturação da cor, é mais acentuado nas porções mais profundas e vai gradualmente sendo reduzido em direção à superfície. Da mesma forma o grau de opacidade do material estético vai sendo reduzido das camadas mais profundas para a superfície. O respeito a esta regra facilita a obtenção da profundidade progressiva da cor, mesmo em pequenas espessuras, com qualquer material estético utilizado em próteses dentais (Ubassy, 1993). Vemos desta forma que a progressão de cor não se estabelece apenas entre diferente dentes, deixando um croma mais acentuado à medida que o dente se distancia da linha média, mas também existe uma progressão de croma e opacidade intrínseca a cada dente que se ameniza das camadas mais internas para as mais externas. A utilização de uma dentina mais avermelhada nas camadas mais internas se relaciona com a proximidade dos tecidos à polpa do dente, assim como no terço cervical destes dentes. A utilização destes efeitos dá uma maior naturalidade tanto nas faces vestibulares, como na face oclusão onde cor e profundidade em harmonia reconstituem a naturalidade dos dentes.
Conclusão: Ao restaurarmos um dente, seja com resina composta diretamente na boca do paciente, ou com porcelana ou resina indireta, devemos integrar forma e cor na reconstrução tridimensional do sorriso (Lombardi, 1973; Schärer et al, 1986; Chiche and Pinault, 1988; Müterthies, 1990; Ubassy, 1993; Korson, 1994; Baratieri, 2001; Campos,2003).



Modificações visuais na largura da coroa dos dentes

Quando na análise de um sorriso observamos um desrespeito à proporção harmônica entre a largura dos dentes (proporção dourada) e precisamos fazer uma correção é necessário conhecermos a técnica para que, dentro de um mesmo espaço disponível, possamos fazer um dente parecer mais largo ou mais estreito resgatando assim a proporção dourada esperada entre os dentes anteriores.
A largura dos dentes é observada pela extensão da área do dente que reflete luz ao olho do observador. Essa área de reflexão da luz, que determina a largura do dente, é limitada pelas linhas de ângulo mesial e distal, as quais são as linhas de maior convexidade que estabelecem o limite entre a face vestibular e as proximais. Essas linhas refletem a luz de forma diferenciada devido à sua convexidade e estabelecem os limites da área da face vestibular que reflete a luz e determina o tamanho aparente do dente.
Quando um dente parece muito largo, reduzimos a extensão da área que reflete luz diretamente ao olho do observador, ou seja, aproximamos as linhas de ângulo mesial e distal. Aproximando as linhas de ângulo e conseqüentemente reduzindo a distância entre estas, reduziremos a zona de reflexão da luz na face vestibular e visualizaremos uma coroa mais estreita. (Rufenacht, 1990, Baratieri, 2001).
Esse deslocamento das linhas de ângulo em direção ao centro da face vestibular, para redução da largura, pode ser feito no enceramento, com uma espátula, ou no provisório e na prótese definitiva com o auxílio de brocas. O deslocamento do ponto de contato mais para lingual (ou palatina) é uma conseqüência natural do desgaste para redução da área de reflexão da luz nos dentes anteriores.
No caso dos caninos, quando o aspecto mesial da face do canino ainda estiver mais largo do que determina a proporção dourada, aumentamos a extensão da inclinação distal da face vestibular, levando a linha cérvico-incisal de maior convexidade em direção mesial, reduzindo a distância entre esta linha e a linha de ângulo mesial. Desta forma, a largura do aspecto mesial poderá ser reduzida ou aumentada até que se obtenha a largura estabelecida pela proporção dourada. Este ajuste pode ser feito no enceramento, dentes em resina acrílica, dentes em resina composta ou porcelana.

Observando a necessidade de aumento da largura da coroa
Quando uma coroa apresenta-se mais estreita do que o esperado na proporção dourada, aumentamos a distância entre as linhas de ângulo mesial e distal, trazendo o ponto de contato mais para vestibular. Aumentando a distância entre as linhas de ângulo, visualizaremos uma coroa mais larga.

Conclusão: Para harmonizarmos as larguras entre os dentes anteriores superiores, os incisivos centrais devem ser os mais largos. Esta largura vai reduzindo progressivamente em direção distal, de forma que os laterais sejam mais estreitos do que os incisivos centrais, e que, o aspecto mesial, visível, dos caninos, seja mais estreito do que os incisivos laterais. Essa progressão em tamanho é acompanhada pela redução do brilho e pela maior saturação da cor. O incisivo central tem uma área maior com brilho mais acentuado, onde reflete a luz e a cor mais clara. O incisivo lateral já tem menor brilho do que o central e a cor ligeiramente mais saturada na porção mais distal da face vestibular. O canino, por sua vez, tem menor brilho do que o lateral e a cor mais saturada dos três. Essa integração de forma, brilho e cor é progressivamente reduzida em direção distal, acompanhando a forma da arcada.


Modificações aparentes na altura da coroa do dente

Quando a coroa de um dente parece muito alta ou muito curta, modificamos a extensão da área plana (área de reflexão da luz) no sentido cérvico-incisal. Para encurtar um dente que parece muito longo, ajustamos a inclinação incisal no sentido lingual e a inclinação cervical também, reduzindo a extensão da área plana no terço médio para reduzir a superfície de reflexão da luz no sentido cérvico-incisal. Para alongar uma coroa que parece curta, aumentamos a área plana no sentido cérvico-incisal e acentuamos as caracterizações verticais na superfície. Estes ajustes são importantes quando se observa, por exemplo, que a proporção intrínseca do incisivo central está alterada, com uma altura reduzida, e a oclusão não permita o alongamento da coroa. É útil também no ajuste de dentes artificiais que tenham aspectos encurtados, seja em resina ou porcelana. Lembremos que dentes mais alongados dão um maior aspecto de jovialidade do que dentes encurtados (Rufenacht, 1990, Baratieri, 2001), desde que estes estejam em harmonia com os demais dentes.


Inclinação da coroa dos dentes

Além de observarmos atentamente a relação entre a largura dos dentes e a relação com a progressão da cor, assim como observarmos também a não visualização do aspecto distal da face vestibular de caninos e dentes posteriores, é importante também observarmos a inclinação do longo eixo dos dentes.
O longo eixo dos dentes, na arcada, tem uma ligeira convergência para a linha média, sendo essa convergência mais acentuada nos caninos (Goldstein, 1977; Scharer, 1986). Na montagem de dentes em prótese total e removível, assim como na reconstrução de dentes em dentística ou prótese fixa, essa inclinação deve ser reproduzida, inclusive no enceramento da gengiva em próteses totais e removíveis.
No enceramento diagnóstico, e também na aplicação de resina e porcelana, podemos trabalhar com a espátula paralela ao longo eixo dos dentes, para preservarmos esta discreta inclinação da coroa no sentido mesial.
A conjunção de todos esses princípios é responsável pelo restabelecimento da estética natural do sorriso.



Curva Incisal e Ameias Incisais

Quando observamos uma pessoa com um sorriso agradável, percebemos uma harmonia entre a curva natural dos lábios e a curvatura da arcada dental no sorriso.
Se passarmos uma linha que toque em todos os bordos incisais dos dentes anteriores, não definiremos um plano, e sim, uma curva, a qual, na maioria das vezes, fica paralela a curva do lábio inferior no sorriso. Essa curva, denominada curva incisal, pode apresentar algumas variações (Scharer; 1986; Rufenacht; 1990; Lechner, 1997; Mandia, 1997):
(1)curva incisal convexa: linha curva que passa pelo bordo incisal dos dentes anteriores superiores seguindo a curvatura do lábio inferior. Nesta curvatura, o incisivo lateral tem o bordo na altura do central e o canino apresenta-se ligeiramente mais elevado. Esta curvatura incisal acompanha, de um lado, a linha que passa pelos pontos de contato dos dentes anteriores superiores, e de outro, a curvatura do lábio no sorriso.
(2)curva incisal em forma de asa: Isto acontece quando a linha do bordo incisal dos incisivos centrais é mais baixa, elevando-se no bordo incisal dos incisivos laterais, ligeiramente mais altos, descendo novamente com a linha do canino, ligeiramente mais baixa do que a dos laterais. O incisivo lateral mais curto pode ser utilizado, em uma reabilitação, como um mecanismo de restabelecimento da dominância dos incisivos centrais. Podemos encontrar ainda uma combinação de forma de asa apenas de um lado, com convexidade no outro lado da arcada, ou variações destes padrões (Rufenacht, 1990; Chiche and Pinault, 1994; Mandia, 1997; Lechner, 1997).

Conclusão:
O plano incisal, que passa pelo bordo incisal de pares de dentes anteriores homólogos, assim como o plano gengival, que passa pelo zênite de pares de dentes homólogos, deve ficar paralelo à linha interpupilar.
A curva incisal pode ser em forma de asa, convexa ou combinada.
Para obtermos estas características após a prova final de uma prótese parcial removível ou prótese total, é preciso que tenham sido planejadas no plano de cera e na prova dos dentes. No caso de próteses fixas, este planejamento se inicia no enceramento, continuando nos preparos, nas coroas provisórias, na prova da infraestrutura (em metal, porcelana pura ou cerômero) e na prova final. Reafirmando o espaço adequado para o restabelecimento desta característica, será então possível fazermos os ajustes para obtenção destas características na prova final, sem exposição da infraestrutura ou do preparo ou sem necessidade de acréscimos sem o suporte adequado, pois em todas as etapas já vinham sendo garantidos os devidos espaços para o restabelecimento deste princípio estético-funcional.


Aumento progressivo das ameias incisais

Outra característica importante para a reabilitação estética que deve ser conhecida por dentistas e técnicos em prótese dental diz respeito à características individuais de diferentes ameias incisais.
As ameias incisais são as aberturas triangulares localizadas abaixo dos pontos de contato entre os dentes. Devido a uma diferença na localização dos pontos de contato entre diferentes dentes vizinhos, a ameia entre os incisivos centrais é diferente da ameia entre os centrais e laterais, a qual, também é diferente da ameia entre laterais e caninos. Dessa forma, há um aumento progressivo na altura das ameias incisais, devido ao deslocamento do ponto de contato no sentido apical quando caminhamos de central para caninos. Quando as ameias incisais se tornam progressivamente mais altas de central para canino, a união dos pontos de contato, no ápice da ameia incisal, resulta na linha curva semelhante a curva do lábio inferior no sorriso. Dessa forma dizemos que as ameias incisais estão integradas ao sorriso do paciente (Horn, 1976; Scharer, 1986; Rufenacht, 1990).
A ameia incisal entre canino e pré-molar também deve ser observada no sorriso de forma que se apresente também triangular quando vista de frente. A abertura deste triângulo se dá porque a metade distal da face vestibular do canino se direciona no sentido lingual, posicionando o ponto de contato, quando analisado no sentido vestíbulo-lingual, em direção ao centro do pré-molar. Esse ponto de contato no centro do pré-molar, associado à inclinação do terço incisal da face vestibular do canino em direção à palatina, deixa que visualizemos esta ameia numa visão de frente. Só podemos observar esta ameia entre canino e pré-molar quando respeitamos o princípio de que a metade distal da face vestibular do canino é recuada para não ser vista pela visão de frente. Daí observarmos que existe uma harmonia entre diferentes componentes estéticos.

Conclusão: As ameias incisais aumentam progressivamente em largura e altura, dos centrais para os caninos. O contato distal do canino deve se direcionar para o centro da crista marginal mesial do primeiro pré-molar, o que, juntamente com o posicionamento do terço incisal da face vestibular do canino, deixa uma ameia, também triangular, entre o canino e o primeiro pré-molar, numa visão de frente.
Para obtermos estas características após a prova final de uma prótese, é preciso que tenham sido planejadas na prova em cera. No caso de próteses fixas devem ter sido planejadas no enceramento diagnóstico e reproduzidas, nos preparos, nas coroas provisórias, na prova da infraestrutura (em metal, porcelana pura ou cerômero) e na prova final. No caso das ameias incisais e gengivais, deve ser aberto o espaço específico para cada uma delas nos conectores durante a prova da infraestrutura. Sem a abertura destes espaços durante a prova da infraestrutura, não será possível fazer o ajuste na prova final quando necessário.



Posição Vestíbulo-Lingual do Bordo Incisal e Espessura dos Dentes Anteriores Superiores

A posição vestíbulo-lingual dos dentes anteriores superiores em relação aos lábios é um aspecto fundamental não só no restabelecimento da etética mas também no restabelecimento adequado da pronúncia de alguns fonemas.
A face vestibular de um dente é convexa, tanto no sentido mésio-distal, como no sentido cérvico-incisal. No sentido cérvico-incisal caracterizamos três diferentes planos: (1) cervical; (2) médio e (3) incisal. O terço cervical deve ser reto ou ligeiramente côncavo, o que caracteriza a forma como o dente emerge da gengiva (perfil de emergência), o qual, se excessivamente convexo facilitaria o acúmulo de placa bacteriana. O plano do terço médio pode, muitas vezes se apresentar ligeiramente côncavo em alguma região caracterizando a zona de reflexão da luz que dá o tamanho aparente da coroa do dente. A curvatura do terço incisal da face vestibular é muito importante para o posicionamento vestíbulo-lingual do bordo incisal. O posicionamento vestíbulo-lingual do bordo incisal pode ser orientado pelos dentes vizinhos, pelos dentes antagonistas e pela relação com o lábio durante a pronúncia de alguns fonemas.
Se tratamos de uma restauração ou prótese é unitária, os dentes vizinhos e os dentes antagonistas são utilizados como referência para o posicionamento do bordo incisal do dente ausente. Quando dois ou mais dentes adjacentes forem perdidos, além da referência dos dentes antagonistas, observamos também com referência para o posicionamento do bordo incisal a continuidade da curva que passa pelas cúspides vestibulares dos dentes posteriores e pelos bordos incisais dos dentes anteriores. Quando muitos dentes foram perdidos, além destas referências, podemos utilizar a técnica da zona neutra para encontrar a zona em que a força da musculatura do lábio e da língua se neutralizam. A vantagem deste posicionamento é que a prótese estará menos propensa a ocorrência de componentes laterais de força. Esse aspecto deve ser considerado também em próteses implanto-suportadas para redução dos componentes laterais de força e melhor prognóstico para os implantes.
Depois de observados todos esses referenciais para o posicionamento vestibulo-lingual do bordo incisal dos dentes anteriores, poderemos, na prova dos dentes, confirmar o posicionamento adequado do bordo incisal através da verificação da relação do bordo incisal com o lábio quando o paciente articula palavras com as letras “F” e “V”. Para articulação destes fonemas, o bordo incisal dos dentes superiores toca a linha de união entre a porção seca e a porção molhada do lábio inferior. Se o bordo incisal de uma prótese, na prova da fonação, se posicionar somente na porção externa (seca) do lábio, indica uma posição vestibularizada do bordo incisal, a qual pode estar relacionada a uma espessura excessiva do bordo incisal na prótese ou restauração. Um bordo incisal vestibularizado também pode estar relacionado, nas próteses fixas, a um preparo com desgaste insuficiente na metade incisal da face vestibular (Chiche & Pinault, 1994).

Conclusão: O posicionamento do bordo incisal dos dentes anteriores deve ser confirmado na prova fonética com sons de “F” e “V”, onde o bordo incisal tocará o lábio inferior na linha de união entre a porção seca e a porção molhada do lábio.
Para obtermos estas características após a prova final de uma prótese, é preciso que tenham sido planejadas e comprovadas na prova em cera. No caso de próteses fixas, devem ser confirmadas nas coroas provisórias, garantido o espaço adequado nos preparos com finalidade protética e confirmados na prova da infraestrutura (em metal, porcelana pura ou cerômero). Somente reafirmando o espaço adequado para o restabelecimento destass características, a cada passo, será então possível fazermos os ajustes para obtenção destas características na prova final, sem exposição da infraestrura. No caso do posicionamento vestíbulo-lingual do bordo incisal, o preparo deve ser revisto e a espessura do provisório também, de forma que haja espaço para o material da infraestrutura e cobertura estética com o posicionamento adequado do bordo incisal.



Espessura vestíbulo-lingual dos incisivos superiores

Incisivos centrais naturais têm, no máximo, 3,5 mm de espessura, no sentido vestíbulo-lingual, quando medimos na altura de união do terço incisal e terço médio da coroa do dente. Se confeccionarmos uma prótese fixa ou uma restauração em resina composta que se apresentar muito espessa nesta região, esta terá um aspecto mais grosseiro e menos natural.
Para verificação da espessura vestíbulo-lingual do bordo incisal, colocamos o espessímetro com uma ponta na face vestibular e outra na face lingual, na altura da linha de união entre os terços médio e incisal. Se o bordo incisal se apresentar mais espesso do que 3,5mm nesta região, poderemos criar problemas não só estéticos, mas também funcionais, gerando interferências na face palatina onde deslizam os incisivos inferiores durante o movimento de protrusão.
Um bordo incisal espesso pode ser decorrente de excesso de material ou de deficiências em um preparo que não apresente espaço suficiente para o material a ser utilizado em uma prótese. No caso de próteses fixas, para evitarmos que isso aconteça, verificamos, no enceramento diagnóstico, se a espessura vestíbulo-lingual dos dentes anteriores superiores é igual, ou menor, do que 3,5mm. Desta forma, utilizaremos essa dimensão para controlar a espessura do preparo, do provisório e da prótese fixa propriamente dita.
É preciso que o protesista confeccione o preparo do dente orientado por um enceramento diagnóstico correto, oferecendo espaço para o restabelecimento da concavidade palatina dos dentes anteriores. O TPD, por sua vez, diante de um preparo adequado, deve reconstituir então a concavidade da face palatina e verificar se, na união entre os terços médio e incisal, encontramos uma espessura de no máximo 3,5 mm.

Conclusão: A espessura buco-lingual na união entre os terços médio e incisal de incisivos superiores, não deve ultrapassar 3,5mm. No caso de restaurações feitas no laboratório, se o enceramento diagnóstico for feito dentro deste princípio, e utilizado para verificação dos espaços oferecidos após o preparo do dente, será possível que esta característica, tão importante na estética e função de dentes anteriores, seja restabelecida na prótese fixa. Cuidado especial com o desgaste na concavidade palatina deve ser tomado para garantir o restabelecimento deste princípio. O ajuste na infra-estrutura da prótese também é fundamental, de forma que possamos fazer também os ajustes necessários na prova final, restabelecendo a espessura vestíbulo-lingual, sem exposição da infra-estrutura.

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Características Estéticas e sua Relação com a Gengiva

Relações Estéticas entre Dentes e Gengivas

Contorno gengival
Um aspecto a ser analisado nas restaurações dos dentes anteriores superiores é o contorno gengival. De acordo com Stein (1977), o contorno gengival na face vestibular poderia ser inserido numa forma triangular. O lado mesial deste triângulo é maior que o distal, posicionando o ponto mais alto do contorno gengival ligeiramente deslocado para distal. O ponto mais alto do contorno gengival, localizado no vértice deste triângulo, é chamado de zênite (Stein, 1977; Scharer, 1986, Rufenacht, 1990).
Existem algumas situações clínicas em que precisamos destes conhecimentos para obter resultados estéticos mais satisfatórios.
No enceramento da gengiva em próteses parciais removíveis e totais é importante posicionarmos o zênite de forma adequada, ou destacarmos sua posição acompanhando esta forma também no contorno gengival. Na confecção de facetas diretas, indiretas, ou coroas totais em prótese fixa, o acabamento é feito de forma a direcionar as linhas de ângulo mesial e distal para reproduzir esse triângulo cervical, no qual, o zênite fica ligeiramente deslocado para distal. Dessa forma, a linha de término nestes preparos são confeccionadas com um contorno cervical que determine previamente o posicionamento do zênite.
Da mesma forma, se houver necessidade de aumento de coroa clínica em dentes anteriores, o periodontista poderá reproduzir a correta localização do zênite no contorno do osso alveolar. A forma do osso determinará a forma da gengiva marginal, permitindo o posicionamento distalizado do zênite.
Além da localização distalizada do zênite, deveremos analisar também a sua altura, assim como a progressão gradual na altura dos zênites de dentes vizinhos. A altura do zênite em dentes vizinhos, quando é modificada abruptamente promove um efeito anti-estético muito ruim para o sorriso do paciente. Um erro típico é quando, devido à perda óssea após extrações, ou devido à perda de inserção gengival, um protesista ou TPD tenta elevar a coroa do dente acompanhando a perda óssea e criando um dente com uma altura bem maior do que os dos vizinhos. Esse erro pode ser evitado colocando-se a coroa com o colo numa altura semelhante à dos vizinhos e preenchendo o restante do espaço com um material que reconstitua a cor da raiz, ou mesmo reconstitua a cor da gengiva (Stein, 1977; Scharer, 1986; Chiche and Pinault, 1994).

Altura do zênite no incisivo central
O zênite dos dois incisivos centrais deve estar sempre na mesma altura. Se o zênite de um incisivo central estiver mais alto do que o outro, e o paciente tiver exposição de gengiva durante o sorriso, a diferença na altura do zênite vai ser logo percebida, pois, desarmonias entre incisivos centrais são prontamente evidenciadas no sorriso, já que estes são os dentes mais próximos ao observador. A simetria entre os incisivos centrais é uma regra básica em estética dental e inclui também a semelhança na altura de suas coroas, ao nível da gengiva. Quando houver problemas como perda óssea desigual, ou preparos cavitários com parede gengival em diferentes alturas na face vestibular e os incisivos centrais apresentarem contornos gengivais em planos diferentes, a restauração, ou dente artificial poderá caracterizar uma diferença entre coroa e raiz, ou coroa e gengiva artificial, para que a altura das coroas dos incisivos centrais permaneça no mesmo nível. (Scharer, 1986; Chiche and Pinault, 1994).

Progressão gradual do zênite
Numa reabilitação, quando repomos vários dentes, devemos planejar uma progressão gradual do zênite dos dentes a serem substituídos.
Um erro básico em prótese removível ou prótese fixa ocorre na substituição de um dente onde houve reabsorção do osso alveolar. Para acompanhar o osso reabsorvido, as próteses muitas vezes se apresentam com o colo deste dente mais alto, deixando um degrau entre o zênite de dentes vizinhos o que vai contra o princípio de progressão gradual do zênite. Para evitar esse erro, traçamos uma reta entre os zênites dos dentes vizinhos ao espaço protético para localizar o zênite dos dentes no espaço edêntulo. Se existirem desníveis que vão contra a progressão do zênite de dentes vizinhos , devemos restabelecer a altura natural da coroa e reconstituir o restante com raiz ou gengiva artificial. Estes desníveis, quando o dente ainda está presente também podem ser corrigidos, quando houver indicação, por meio de aumento da coroa clínica e/ ou tração ortodôntica. Estas correções devem ser planejadas em conjunto e analisadas no enceramento para evitar que se perpetuem na prótese definitiva (Scharer, 1986; Chiche and Pinault, 1994).

Conclusão: O zênite localiza-se ligeiramente distalizado no contorno cervical das faces vestibulares. Sua altura é semelhante entre dentes homólogos e tem uma progressão gradual entre dentes vizinhos.
Sempre que em prótese parcial removível esse erro for observado, deve ser corrigido ainda na prova dos dentes em cera. Para obtermos estas características após a prova final de uma prótese fixa, é preciso que tenham sido planejados no enceramento, nos preparos, nas coroas provisórias, na prova da infraestrutura (em metal, porcelana pura ou cerômero) e na prova final.

Planos incisal e gengival paralelos à linha interpupilar
Para atingirmos melhores resultados estéticos em uma prótese, precisamos também harmonizar a inclinação do plano incisal com a linha interpupilar.
O plano incisal, que passa pelos bordos incisais de pares de dentes anteriores deve ficar paralelo à linha interpupilar, linha de referência horizontal na face.
Quando traçamos uma linha unindo o zênite dos dois incisivos centrais, ou dos caninos superiores, esta linha, ou plano gengival, deve também ser paralela à linha interpupilar. No caso dos incisivos laterais, esta relação com a referência horizontal nem sempre existe, e pode ser utilizada para quebra da uniformidade no sorriso (Rufenacht, 1990; Chiche and Pinault, 1994; Lechner, 1997)
O plano incisal, para entendermos de uma maneira mais prática, é aquele determinado no plano de cera de uma base de prova para montagem dos dentes em prótese total. Quando determinamos a inclinação do bordo inferior do plano de cera na arcada superior, para montagem dos dentes anteriores, estamos determinando a inclinação do plano incisal, o qual, deve ser paralelo à linha interpupilar, ou paralelo ao solo.
Este princípio pode parecer óbvio, mas este erro tem sido observado em reabilitações bilaterais onde ocorre perda óssea unilateral e o rebordo reabsorvido é utilizado como referência para o posicionamento dos dentes. O mesmo princípio é válido para próteses fixas ou removíveis. No caso de próteses totais e removíveis, é possível corrigir a posição dos dentes na prova dos dentes, ainda montados na cera. O colo dos dentes, portanto, nunca deve seguir a altura do rebordo. O complemento acima do nível do colo deve refazer a cor da raiz, com uma cor mais saturada, ou, refazer a cor da gengiva acima dos colos posicionados em harmonia com os dentes vizinhos. Em prótese fixa, fazemos as correções na prótese provisória, de forma que, os planos incisal e gengival fiquem paralelos à linha interpupilar. O provisório, ajustado na boca do paciente, nos oferecerá mais informações para confecção da prótese, em suas várias fases de prova.

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